sábado, 16 de abril de 2011



"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros" - Che Guevara
"Algumas pessoas demonstram tanto respeito por seus superiores que não sobra nada para si próprios" - ANÔNIMO

"O medo da mulher a violência e o medo do homem à mulher sem medo" - Eduardo Galeano

"Em uma sociedade mantida pela mentira, qualquer expressão de liberdade é vista como loucura" - Emma Goldamn

“Como é que bota na selva amazônica centenas de homens sem mulher? Era preciso ter bordéis nos canteiros de obras.”
A fala acima não é do deputado Jair Bolsonaro, que esteve em destaque nos últimos dias por motivos semelhantes. É de um (suposto) sindicalista. O presidente da Força Sindical e deputado federal pelo
PDT, Paulinho Pereira, foi quem proferiu essa barbaridade. Ele disse isso numa reunião convocada pelo governo para discutir as greves nos canteiros de obras.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer ao deputado governista que mulher não é auxílio trabalhista. Depois, é preciso lembrar à Força Sindical e a ele – que já não lembram mais como é ser trabalhador – que os operários precisam de salário e condições dignas de trabalho.
Porém o mais importante é rechaçar veementemente a sua violência contra as mulheres. Paulinho Pereira agrediu moralmente cada mulher brasileira, prostitutas e não prostitutas. Se existe prostituição, não é porque as mulheres querem se prostituir. É porque vivemos numa sociedade que coloca as mulheres na miséria, que as faz receber salários humilhantes e as obriga a suportar duplas e triplas jornadas.
 Nunca o dilema “socialismo ou barbárie” se mostrou tão correto. Às vezes, parece que já estamos na barbárie. Mulheres frutas; mulheres espancadas, torturadas e assassinadas – uma agressão a cada três minutos; crianças se prostituindo, vendidas pela própria família; mulheres vendendo o próprio corpo por R$ 1,99; assim é o capitalismo.
Ao fazer este tipo de defesa, o deputado-sindicalista legitima a barbárie. É uma espécie de autorização para os homens continuarem tratando as mulheres como objetos que podem ser comprados e usados de
acordo com a vontade de seu “dono”.
 Atnágoras Lopes, dirigente do PSTU e sindicalista da CSP-Conlutas, estava na reunião e presenciou o absurdo. Para ele, associar o movimento “a uma abstinência sexual e, nesse sentido, colocar a mulher como objeto de consumo, é mais que um desrespeito, é um crime, uma violência contra as mulheres.
Essa é a cara da Força Sindical. Essa central e Paulinho não representam os trabalhadores e, muito menos, as trabalhadoras brasileiras. É por essas e outras que o machismo e a violência contra a mulher se perpetuam. Paulinho merece todo o repúdio de todas as mulheres e trabalhadores desse país.

Se você também se revoltou com a declaração de Paulinho, envie este texto (ou sua própria moção de repúdio) para:
dep.paulopereiradasilva@camara.gov.br

ouvidoria@camara.gov.br

spmulheres@spmulheres.gov.br

pres@fsindical.org.br

mulherespstu@yahoo.com.br

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