quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil?


O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira o início de um projeto de automatização da cobrança de pedágio nas estradas estaduais. Com o chamado "Ponto a Ponto", as estradas terão tarifas por quilômetro rodado a partir de fevereiro. Segundo o governador Geraldo Alckmin (PDSB), a primeira estrada a ter o modelo implantado será a SP-075 (rodovia Santos Dumont), no trecho entre Itu e Campinas.
A medida havia sido anunciada em julho pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
Alguns tucanos desinformados, ou agindo de má-fé, comentam na rede que a idéia é de gênio do governador Alckmin. Não é não.
Primeiro, o governador tucano deveria explicar um detalhe, incluído na coluna de Renata Lo Prete (da Folha): “A tentativa de produzir justiça tarifária, o sistema "free flow" fará com que mais usuários paguem para trafegar”. A expectativa já constava no aviso da Artesp, de julho. A tal "justiça" na cobrança virá acompanhada por mais pagadores, incluindo quem percorre pequenos trechos atualmente livres de tarifas.
Em segundo lugar, Alckmin copiou o que é feito há anos nos Estados Unidos e na Europa, mas com uma diferença essencial. Por lá, o pagamento da tarifa ocorre geralmente fora do eixo da rodovia. As cancelas estão instaladas nas entradas e saídas, de forma que o usuário pague exatamente o número de quilômetros que ele utilizou da rodovia privatizada.
Ele retira um tíquete ao acessar a rodovia e paga, ao sair, rigorosamente o número de quilômetros percorridos. Funciona como no estacionamento de um shopping: o usuário retira um ticket ao entrar com seu veículo e paga, na saída, pelo tempo que o seu veículo ficou estacionado.
Mas por lá, são pedagiadas vias construídas pela iniciativa privada, e não concedidas pelo Estado como ocorre aqui. Além disso, costuma haver estradas menores como alternativa a quem não quer pagar para viajar – embora o limite de velocidade seja menor e o traçado mais complicado do que nas pistas expressas.
Apenas para exercitar a nossa memória... O governador Geraldo Alckmin, falou durante campanha política para o governo de São Paulo em 2010, que iria "rever" o preço dos pedágios. Mas, alguém lhe perguntou se seria para maior, para menor ou que mais usuários paguem?

Mais cópia

Os tucanos se reuniram na segunda-feira (7) no luxuoso Hotel Sheraton, na avenida Niemeyer, entre São Conrado e Leblon, no Rio de Janeiro. Eles tentaram descobrir "Para onde vai o Brasil" e "Que Estado" o PSDB pretende e que futuro vislumbra.
De acordo com o noticiário sobre o evento, de concreto mesmo houve uma sugestão de mote de campanha do PSDB para as próximas eleições. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeriu adotar como lema "Yes, we care", ("sim, nós cuidamos"), na tradução livre pensada por FHC.
A cópia da campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos, o famoso "Yes, we can" ("sim, nós podemos") também poderia ser traduzido como "sim, nós nos importamos", o que daria um ar mais blasé para um partido que parece tão distante dos desafios enfrentados pelo Brasil.

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