quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Espanha: não vai ter neoliberalismo para todo mundo



Barcelona restringe uso de papel higiênico 
Desde setembro, crianças catalãs só podem fazer uso de 25 metros do produto por mês nas escolas 


SÍLVIO GUEDES CRESPO - O Estado de S.Paulo 

As crianças catalãs já sabem o que significa "austeridade fiscal": desde setembro, elas só podem gastar na escola, em média, 25 metros de papel higiênico por mês, para que o país em que elas vivem consiga pagar os juros da dívida. O número vale para papel higiênico doméstico. Existe, também, um limite de 20 metros para o industrial.

As restrições, relata o jornal El País, foram impostas às escolas de Barcelona que dependem do chamado Consórcio de Educação, que reúne a prefeitura e o governo catalão. O Consórcio afirma que não se trata de medida "restritiva", e sim de uma "normalização".

A carta enviada aos diretores escolares afirma que foi feito um estudo no qual se constatou que na maior parte dos centros de ensino o uso do papel higiênico está dentro do normal, mas que em alguns há "diferenças significativas".

Há escolas com dificuldade de se adaptar às novas regras. Na Villa Joana, por exemplo, de educação especial, gastam-se 199 metros de papel higiênico e 42,7 de papel para enxugar as mãos. Segundo o diretor, no refeitório os alunos se sujam mais por suas dificuldades naturais. No caso do papel higiênico, a escola só usa o doméstico, não o industrial.

O governo catalão, segundo o jornal El País, há um ano repete que controlará "até o último euro" para reduzir o déficit nas suas contas.Nos últimos meses, aumentou a desconfiança, por parte dos investidores, de que a Espanha não consiga pagar a totalidade dos juros de sua dívida. O mesmo ocorreu com a Itália. Antes disso, a Grécia recebeu ajuda internacional para pagar seus credores, e mesmo assim teve que suspender o pagamento de 100 bilhões em dívidas. Portugal e Irlanda também receberam ajuda de outros países.

Os países europeus foram fortemente golpeados pela crise internacional iniciada nos Estados Unidos. Em 2008, a quebra do banco americano Lehman Brothers provocou pânico no setor financeiro mundial e levou governos a gastarem além da conta para estabilizar a atividade bancária e estimular a economia.

Ou seja, para apagar o fogo dos bancos, os Países colocaram dinheiro público no sistema financeiro. Como consequência, os governo ficaram endividados e, agora, são os bancos que hesitam em emprestar dinheiro aos países. Para reconquistar a confiança dos investidores, os governos prometem austeridade fiscal, ou seja, reduzir o desequilíbrio nas contas públicas.


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