segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mídia excitada com o mensalão


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A mídia demotucana fez de tudo para que o julgamento do “mensalão do PT” ocorresse na véspera das eleições municipais deste ano. Para os ingênuos que ainda acreditam em neutralidade da imprensa, vale lembrar que ela não fez o mínimo esforço para apressar o julgamento do “mensalão mineiro”, que envolve os caciques do PSDB e é muito mais antigo. Ela também evita tratar da privataria tucana – até escondeu o livro de Amaury Ribeiro que desnuda a roubalheira – ou da famosa “Lista de Furnas”.
Agora, a mídia demotucana comemora como histórica vitória o resultado da sua pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu “julgar” o mensalão petista a partir de agosto. Alguns “calunistas” nem escondem a alegria com o fato de que as sessões do STF serão transmitidas ao vivo e que ocuparão espaços nobres nas telinhas da tevê e no noticiário da imprensa. Apostam que o pirotécnico julgamento, como um circo romano, ajudará a definir o resultado das urnas em outubro próximo.
Folha e Estadão confessam
Dois editoriais neste feriadão prolongado confirmam a excitação da mídia. No sábado (9), a Folha comemorou a “data marcada”. Para a famiglia Frias, que nunca escondeu suas relações íntimas com o alto tucanato, a decisão do STF “é uma boa notícia para as instituições… E as instituições terão dado mais uma vez mostra de que funcionam como estipula a Constituição, mesmo contra as conveniências de um político popular e do partido que controla o poder federal”. A Folha não esconde o seu ódio contra Lula e PT.
Já o Estadão, um dia antes (8), também soltou rojões em seu editorial – “Finalmente, o julgamento”. Para a famiglia Mesquita, que nas eleições de 2010 deu apoio explícito ao tucano José Serra, o mensalão é o “maior escândalo político do Brasil contemporâneo”. O Estadão até afirma que os seus interesses não são eleitorais, mas sim estratégicos. “É detalhe se o julgamento influirá ou não nas eleições municipais… O que interessa ao país é que o vale-tudo pela hegemonia política estará no banco dos réus”.
Dirceu no congresso da UJS
Os dois editoriais confirmam que o julgamento no STF não será encarado como uma questão jurídica, mas sim como uma batalha política decisiva – com interesses imediatos e futuros. Neste sentido, o ex-ministro José Dirceu acertou ao afirmar neste final de semana, durante o 16º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), que “essa batalha deve ser travada também nas ruas porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas. É a voz do monopólio da mídia”.
A mídia hoje tenta desqualificar e ridicularizar o discurso “juvenil do chefe da quadrilha”. Mas ele acertou na mosca. Daí a irritação dos barões da mídia. “Estamos travando uma batalha contra quem? Contra a oposição? Não. São partidos que foram derrotados em duas eleições presidenciais. Estamos enfrentando o poder da mídia, do monopólio dos veículos de comunicação”, fustigou José Dirceu. Pena que a presidenta Dilma Rousseff não tenha entendido ainda a dimensão desta batalha e mantenha o “namorico com a mídia”.

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